Tuesday, March 4, 2008

PARA LER E REFLETIR... Senhor, eu quero ver!

Senhor, eu quero ver

Fico impressionado com a facilidade que temos em negligenciar certos dons que possuímos apenas pelo fato deles serem considerados “normais” nas vidas da maioria das pessoas a nossa volta. Tomo por exemplo a dádiva de se poder falar, pois há muitos mudos no mundo que gostariam de expressar por meio de palavras as coisas que eles vêm e sentem dentro de si. Outra dádiva que possuímos é o fato de podermos ouvir! Quantos surdos convivem conosco e gostariam de poder ouvir o sorriso de seu filho ou filha, ou o canto dos passarinhos que comem as migalhas de pães que eles jogam em seus quintais todas as manhas e apesar de vê-los não conseguem ouvi-los nem mesmo quando batem suas asas para voarem para longe daquele agrado matinal. O que me levou a escrever este texto, todavia, foi a profunda gratidão a Deus que me pegou de sobre salto ao contemplar a dádiva da visão. Meu Deus! Nunca tinha louvado a Deus com o meu coração tão dilatado por que tenho o sentido da visão a minha disposição. Se você acha que isso não é motivo de dar pulo de alegria e liberar palavras de exaltação ao Senhor por essa bençao tente ficar um dia com os olhos tampados por uma viseira ou por um pano em torno dos olhos, como nos tempos de criança que brincávamos de uma brincadeira chamada cobra cega, para ver se você não louvaria a Deus por ter a dádiva da visão.
Certo dia, um filho de Timeu, aos berros, por que não era surdo ou tão pouco mudo, chamava a atenção do Mestre Jesus, clamando-Lhe por misericórdia dizendo as seguintes palavras, “Filho de Davi, tem compaixão de mim”. O que levou esse homem a clamar por misericórdia a Jesus foi justamente o fato de ele a vida toda ser cego e, por conseguinte, ser privados de todos os benefícios que temos por possuirmos o sentido da visão. O fato é que esse homem por causa de sua condição estava em uma situação de extrema necessidade física, financeira, social, emocional e muito mais que nem conseguimos conjecturar. A boa notícia é que Jesus parou para lhe atender e fez lhe a pergunta mais óbvia que se podia fazer. “Que queres que eu te faça?”, a resposta veio tão rápida quanto foi processada ao entendimento daquele cego, “Senhor quero ver!” O ex-cego, filho de Timeu, agora tem o que eu e você também temos, pois se você está lendo este texto, com o auxilio ou não de óculos, você então possuí a dádiva da visão. No entanto, agora, Bartimeu também está sob a responsabilidade de se ter visão. Agora ele é responsável não apenas pelo que ouve ou fala, mas também pelo que vê. Agora questões como a injustiça do rico contra o pobre, a violência contra as crianças e velhos, o abandono dos órfãos e das viúvas, a falta de caso com os presos e com os indigentes, a corrupção nos palácios, nas casas e nos templos, a falta de amor ao próximo, a mortandade pelas doenças sexualmente transmissíveis, o aborto de milhares de crianças inocentes, o homicídio pela ganância do vil metal, as chacinas, as guerras, a fome, a peste, o homossexualismo, e tantas outras coisas que os nossos olhos tendem a querer fechar quando os contemplamos diariamente são oportunidades para ele querer voltar a ser cego. Que isso pastor! O senhor está sugerindo que seria melhor o ceguinho continuar cego? Não, não querido! Estou tentando dizer lhe que toda dádiva possuí o seu lado de responsabilidade. Há muitos seres humanos “normais” que não querem ser responsabilizados por serem dotados de tamanhos dons. Temos responsabilidades com o que vemos, ouvimos e falamos. Nunca devemos nos esquecer que o mesmo Deus que nos abençoou com visão, audição e fala, e tantas outras bênçãos, é o mesmo Deus que diz em sua Palavra, “é necessário que todos compareçamos ao tribunal de Cristo” (isso é aplicável para os crentes) onde todas as nossas obras serão julgadas pelo fogo. O que sobrar, será seu galardão. Quanto ao não crente, suas obras também serão julgadas, mas em um tribunal um tanto mais severo! Pois, está escrito, “todo joelho se dobrará, e toda língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor”.
Finalizo lembrando uma canção que ensinamos as crianças geralmente no cultos de escola bíblica dominical, que pode ser bem conhecida sua:

“cuidado ouvidinho o que ouve; cuidado com a boquinha o que fala; cuidado com o olhinho o que vê, o salvador do mundo está olhando para você, cuidado com o olhinho o que vê”....

Mais uma vez, não é meu objetivo pregar o evangelho do pânico e do medo, mas gostaria apenas de lembrar a nossa responsabilidade com as coisas que vemos todos os dias ao nosso redor, Ouse a pedir a Jesus o que Bartimeu pediu! Senhor eu quero ver.

Pr. Victor Ornelas